Quiche de espinafres
Hoje trago a receita de uma quiche de espinafres e a respectiva fotografia gastronómica, dos passos da receita.
Aparentemente este "journal" passou a ser um blog de culinária :) Não! Continua a ser sobre os meus trabalhos fotográficos. Como muitos de vocês, passei as últimas 10 semanas em casa, sem trabalhar, por isso fui fotografando algumas receitas que fiz aqui em casa. Tenho partilhado sobremesas, mas hoje, apresento um prato salgado, para variar :)
A história desta quiche é simples, também nos temos dedicado à horta cá por casa, apesar do Paulo estar a trabalhar em tele-trabalho, o tempo que não desperdiça em viagens de ida e volta é suficiente para tratar dos legumes! Então, semeámos espinafres, além de outros vegetais. Vou querer sempre espinafres na horta, são do mais simples que há de manter. E são deliciosos. Comemos normalmente crus, em salada, quase diariamente, mas tive que começar a cozinhá-los também para conseguir gastá-los sem os deixar estragar. Daí ter feito a quiche e de ela ser com espinafres. Lembro-me de há muitos anos estar a ver um livro de culinária que a minha mãe comprou e de me ter agradado a fotografia da Quiche Lorraine. Essa quiche foi confeccionada vezes sem conta por mim e pensava eu que era a única, para vir a descobrir, muitos anos depois, que afinal havia outras!
Curiosamente não tenho muitas memórias da minha infância que tenham a ver com a culinária. Em casa eram as receitas básicas, do tipo guisados, dia após dia, sempre com a boa da sopa. Nada de especial! Memórias? Ora bem, há uma hilariante. A minha mãe começou a trabalhar fora de casa quando eu e o meu irmão éramos muito pequenos, antes da escola primária, por isso passávamos algum tempo entregues a nós próprios. Como era eu a mais velha, naturalmente fazia coisas das quais o meu irmão era fã. Uma delas era deitar a sopa fora em vez de a comermos. Como nem eu nem ele gostávamos de comer as sopas que a mãe deixava para o nosso almoço, em quantidades enormes... eu tinha sempre uma solução, ora deitava a sopa no balde, que havia especificamente para os restos de comida para dar ao gado ou, quando esse balde estava vazio e, não podia deitar lá a sopa, porque a mãe iria ver, havia um tronco de uma árvore, no quintal da vizinha, acessível do nosso lado, que era regado com as ditas odiadas sopas... Bom, um belo dia, estava a minha mãe a dar a sopa ao meu mano (ele era um "pastelão" a comer...) quando ele, na sua ingenuidade, se sai com "só me apetece fazer o que a mana faz"... E o que é que a mana faz, pergunta a nossa mãe? Pronto, fui apanhada!!! Claro que a vizinha, uma senhora muito simpática, confirmou a história da sopa em torno do seu pessegueiro :)
Mais memórias, pois claro, a cozinha da minha avó, já velhinha quando eu nasci, demorava horas de volta da panela preta de tanto uso, a fazer a sopa na fogueira, mas acreditem, da sopa dela eu gostava!!! E, gostava mais ainda, quando sobrava a sopa e ela fazia um prato com esses restos de sopa e farinha de milho, resultava uma papa deliciosa, com um fio de azeite por cima e normalmente com uma sardinha grelhada. Quando havia este petisco lá ia ela chamar-me a casa para ir comer as papas dela.
Esta pequena história das memórias vem a propósito de haver sempre aquelas memórias que nos levam a cozinhar este ou aquele prato, não é o meu caso! Há uma excepção. Depois de adulta tentei replicar as papas da minha avó Rosária, mas nunca consegui alcançar o aroma e muito menos o sabor das dela, por isso desisti. Quanto à herança culinária da casa dos meus pais, como não me agradava muito, comecei muito cedo a fazer as receitas que ia procurando nos livros de culinária que a minha mãe tinha, e que nunca a vi usar, e nas revistas semanais da Tele Culinária, que acabei por herdar. Resta referir que gosto de cozinhar e adoro fazer bolos e doces para a sobremesa.
E pronto chega de conversa, vamos à receita, com algumas adaptações, da que tirei do site saborosas.com. Espero que gostem!
Ingredientes
Massa:
200 gr farinha
125 gr manteiga
água morna q.b.
Recheio:
1 molho espinafres
1 cebola
1 alho francês
200 gr queijo ilha
1 chávena chá leite (usei bebida de aveia)
2 latas atum conserva (só coloquei 1)
2 ovos
azeite, sal e pimenta q.b.
Preparação
1. Misture a farinha com a manteiga. Junte-lhe um pouco de água morna e mexa até obter uma massa homogénea. Coloque numa tarteira, espalhando bem no fundo e nos lados. Reserve.
2. Coloque o azeite numa frigideira e refogue a cebola com o alho francês até alourarem. Junte-lhes os espinafres, tempere com sal e pimenta e deixe saltear. Junte o atum ao preparado anterior e deixe refogar mais um pouco. Reserve.
3. Bata o leite com os ovos, tempere com sal (pouco, uma vez que o queijo da ilha tem bastante sal) e pimenta.
4. Coloque o preparado do ponto 2 no fundo da tarteira. Junte o queijo aos cubos e, por último, verta a mistura do ponto 3 por cima.
5. Leve ao forno a cozer durante aproximadamente 30 minutos ou até o recheio ficar firme e cozido.
Sirva quente ou frio, acompanhado com uma salada da sua preferência e de um copo de vinho.
Bon appétit!